A radiação do celular pode prejudicar sua memória
Não é de hoje que alguns alertas têm sido repetidamente veiculados a respeito dos efeitos negativos à saúde, em relação à exposição de radiação eletromagnética não-ionizante, aquelas emitidas pelos telefones celulares.
Problemas ligados aos maiores riscos de aborto espontâneo durante a gravidez, por exemplo, já foram descritos como consequência desse uso; outras pesquisas apontaram que a utilização do celular na gestação aumenta a probabilidade de as crianças apresentarem hiperatividade e falta de atenção na primeira infância; outra ainda estabelece que o uso excessivo de celular pelas grávidas foi associado ao baixo peso entre os recém-nascidos, dentre outros, muito embora, para outros pesquisadores, os efeitos ainda sejam inconclusivos. (1-2-3-4)
Um novo estudo, entretanto, procurou analisar o efeito do uso e dessa exposição às radiações emitidas pelo celular, frente à memória de um grupo de jovens durante as chamadas telefônicas.
A investigação, realizada junto ao Swiss Tropical and Public Health Institute, analisou a relação entre a exposição à radiação e a performance da memória de um grupo de 700 adolescentes, com idade variando entre 12 e 17 anos, ao longo do período de um ano. (5)
Sabe o resultado? Vamos lá, eu explico.
Apontou-se que o efeito dessa radiação do celular pode ser, sim, acumulativo (ao longo dos 12 meses, cf. avaliava a pesquisa) e que pode ter um resultado negativo no desenvolvimento e no desempenho da memória chamada "figurativa" desses adolescentes, ou seja, um efeito nocivo àquele tipo de arquivo mental que retém a "representação" das experiências da vida (sons, cores, odores e suas associações).
Segundo ainda a investigação, uma vez que, quando fazemos uma chamada, usamos o telefone muito mais no ouvido, direito da cabeça – local onde ocorrem igualmente os registros desse tipo de memória no cérebro -, e assim, a radiação recebida poderia, portanto, criar um tipo de prejuízo nessas funções cognitivas.
Vamos lembrar que uma outra pesquisa já havia relatado a redução da performance da memória (figurativa e verbal), ao longo de um ano, também junto a um outro grupo de 439 adolescentes suíços. (6)
Resumo da conversa: vamos usar e abusar dos fones de ouvido e das chamadas no viva-voz, enquanto novas pesquisas possam, aos poucos, nos oferecer melhores diretrizes e mais segurança no uso desses aparelhos, tão comuns e presentes em nosso dia a dia, principalmente, caso você ainda não saiba, quando o sinal do celular estiver nos níveis mais baixos, pois é quando a radiação aumenta.
Referências
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4416385/
- https://cristianonabuco.blogosfera.uol.com.br/2017/08/09/celular-e-gravidez-quanto-maior-o-uso-maiores-sao-as-chances-de-problemas/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5664573/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4350886/
- Foerster M., Thielens A., Joseph W., Eeftens M., Röösli M. A prospective cohort study of adolescents' memory performance and individual brain dose of microwave radiation from wireless communication. Environmental Health Perspectives, (in press).
- https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160412015300659?via%3Dihub
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso do UOL.