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Blog do Dr. Cristiano Nabuco

Phubbing: a tecnologia acabando com o diálogo

Dr. Cristiano Nabuco

21/08/2013 07h00

© Syda Productions – Fotolia.com

Jantares em família, os encontros acontecendo, melhor momento com o namorado ou namorada e de repente um hábito cada vez mais comum: as pessoas ficam em uma espécie de transe na frente do seu smartphone ou tablet, totalmente conectado no virtual, ignorando o que se passa em seu entorno.

Por acaso, você já viu alguma cena assim?

Esse é o chamado phubbing. A palavra é uma união entre "phone" (telefone) e "snubbing" (esnobar) e foi proposta pelo australiano Alex Haigh que chegou a criar, inclusive, uma campanha chamada "Stop Phubbing".

Ele tenta chamar a atenção das pessoas para esse comportamento que, em outros tempos, seria chamado simplesmente de "falta de educação".

Haigh provoca: "Imagine um mundo no futuro onde os casais se sentam em silêncio. Onde as relações são baseadas em atualizações de 'status' nas redes sociais. Onde a habilidade para falar ou se comunicar frente a frente foi completamente erradicada". Esse é o novo mundo onde o phubbing ditou as regras da nova comunicação.

Está na hora de ficarmos menos online?

Talvez seja então preciso pensar urgentemente em desenvolver um tempo para si mesmo, longe de tudo isso. Como o sentimento de phubbing é algo relacionado principalmente às mídias sociais, então, talvez, procurar contatos e eventos reais, em vez de apenas recorrer ao mundo virtual, seja uma das possíveis soluções.

Perceba que muitas vezes a tecnologia nos protege e nos anestesia de situações desconfortáveis. Dependendo do estado de humor das pessoas, o uso constante dos gadgets pode ser nada mais do que uma maneira de nos afastar dos problemas pessoais.

Pode não parecer tão óbvio assim, entretanto, à medida que experimentamos certas doses de sofrimento e de angústia, buscamos, sem perceber, atividades que nos distanciam destas dificuldades cotidianas.

Assim, procure não entrar neste círculo vicioso. Adquirir hobbies e atividades que façam sentido e tragam prazer a você ou ainda achar um momento individual que não precise ser compartilhado com mais ninguém, provavelmente seriam bons começos.

Vamos tentar?

Sobre o autor

Cristiano Nabuco é psicólogo e atua em consultório particular há 32 anos. Tem Pós-Doutorado pelo Departamento de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Atualmente trabalha junto ao PRO-AMITI do Instituto de Psiquiatria do HC/FMUSP; Coordena o Núcleo de Terapias Virtuais (SP) e o Núcleo de Psicoterapia Cognitiva de São Paulo. Foi Presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC). Publicou 13 livros sobre Psicologia, Psiquiatria e Saúde Mental.

Sobre o blog

Neste espaço, são discutidas ideias e pesquisas sobre comportamento humano, psicologia e, principalmente, temas que se relacionam ao cotidiano das pessoas. Assuntos centrais na construção de nossa autoestima, felicidade e vida. Seja bem-vindo(a)!